Em uma iniciativa inovadora na Suíça, médicos da cidade de Neuchâtel estão prescrevendo visitas a museus como parte do tratamento para pacientes com problemas de saúde mental, como depressão e burnout. A prática, que já foi adotada em países como Bélgica e Canadá, visa utilizar a arte como uma ferramenta terapêutica, ajudando os pacientes a encontrarem alívio emocional e bem-estar.
A ideia é que, ao visitar exposições de arte, os pacientes possam se desconectar temporariamente de suas preocupações e dores, vivenciando momentos de alegria, descoberta e aprendizado. Uma das médicas envolvidas no projeto destacou que cuidar das emoções dos pacientes é fundamental para o processo de cura, complementando o acompanhamento terapêutico tradicional.
O projeto, que será testado por um ano, distribuirá 500 prescrições para visitas gratuitas a quatro locais culturais da cidade, incluindo três museus e o jardim botânico. Se os resultados forem positivos, a iniciativa pode ser expandida para outras atividades, como peças de teatro.
Base científica e impacto da pandemia
A inspiração para o projeto veio de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, que explorou o papel das artes na melhora da saúde e no tratamento de doenças. Além disso, as autoridades suíças envolvidas no projeto destacaram que os bloqueios durante a pandemia de COVID-19, que levaram ao fechamento de museus e espaços culturais, tiveram um impacto negativo no bem-estar das pessoas. Esse período ajudou a sociedade a compreender a importância da cultura para a saúde mental.
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O poder terapêutico de museus e ambientes agradáveis
Embora a prescrição de visitas a museus não seja indicada para todos os pacientes, a iniciativa representa um avanço significativo na integração entre saúde e cultura. Ao reconhecer o poder terapêutico da arte, a medicina está abrindo caminho para novas formas de cuidado, que podem beneficiar inúmeras pessoas em busca de equilíbrio emocional e qualidade de vida.
Com o projeto de Neuchâtel em fase de teste, a expectativa é que, no futuro, mais cidades e países possam adotar práticas semelhantes, reforçando a ideia de que a cultura e a arte são pilares essenciais para uma sociedade saudável.