O alongamento é uma prática essencial para melhorar a flexibilidade e o bem-estar geral, mas ele pode se tornar um vilão e causar lesões graves se feito de forma inadequada.
Entre os erros mais cometidos pelas pessoas ao se alongarem estão: forçar o músculo além do limite natural, alongar áreas lesionadas sem orientação ou realizar movimentos bruscos. Essas práticas podem sobrecarregar as articulações e músculos, resultando em estiramentos musculares, tendinites ou até lesões mais graves.
Os benefícios do alongamento correto
Ainda que o alongamento incorreto possa prejudicar a saúde, quando executado corretamente, ele traz inúmeros benefícios. “Além de melhorar a flexibilidade, ajuda no aumento do fluxo sanguíneo para os músculos, reduz tensões e melhora a postura”, explica Cleber Furlan, médico ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. “Preferir alongamentos dinâmicos antes do treino e estáticos ao final da atividade é uma prática recomendada”, ressalta.
Os alongamentos dinâmicos são aqueles que envolvem movimentos controlados e contínuos que aumentam gradualmente o alcance e a velocidade. Eles aquecem os músculos e preparam o corpo para a atividade física, melhorando a mobilidade. Exemplos incluem balanços de pernas, rotações de braços ou movimentos semelhantes aos do exercício que será realizado. São recomendados antes do treino, pois ajudam a ativar os músculos e reduzir o risco de lesões.
Já os alongamentos estáticos envolvem manter uma posição alongada por um período de tempo, normalmente de 15 a 60 segundos. O foco é esticar o músculo sem movimento, promovendo relaxamento e alívio de tensões. Esses alongamentos são indicados após o treino, pois ajudam na recuperação muscular e no aumento da flexibilidade. Exemplos incluem inclinar-se para tocar os dedos dos pés ou alongar o quadríceps segurando o pé atrás do corpo.
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Mesmo com tantos aspectos positivos, é preciso estar atento a sinais de alerta. O médico diz que se houver dor aguda durante ou após o alongamento, inchaço, rigidez nas articulações ou sensação de estalo, é importante interromper a prática imediatamente. “Esses sintomas indicam que algo não está correto e pode ser sinal de uma lesão em desenvolvimento”, alerta.
Além disso, a falta de aquecimento adequado também é um dos fatores que mais contribuem para o surgimento de lesões durante o alongamento. “Ao realizar movimentos sem o preparo necessário, o corpo fica vulnerável a traumas que poderiam ser facilmente evitados”, explica o médico.
Como se prevenir?
Para se alongar de forma segura, o especialista recomenda a realização de exames prévios, a fim de identificar possíveis restrições. “É fundamental evitar alongar áreas lesionadas ou doloridas sem a orientação de um profissional”, afirma o médico, que ainda ressalta a importância de respeitar os limites do corpo, nunca forçando além do confortável.
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Pessoas com condições específicas, como lesões pré-existentes, problemas articulares crônicos, como a artrite, ou doenças degenerativas, como hérnias discais, devem redobrar o cuidado ao se alongar. Nessas situações, é aconselhável buscar orientação de profissionais da saúde, como fisioterapeutas, ortopedistas ou especialistas em exercícios, para adaptar os movimentos às suas necessidades. Alongar-se com consciência e atenção ao corpo é a chave para aproveitar todos os benefícios dessa prática sem riscos desnecessários.