Michael J. Fox, Eduardo Dussek, Ozzy Osbourne e Neil Diamond. Além da fama, os atores e cantores citados têm algo mais em comum: Parkinson. Nos últimos anos, a lista aumentou e o assunto ganhou destaque após a jornalista Renata Capucci admitir publicamente que tem a doença. Ela entrou para o grupo de aproximadamente 200 mil pessoas que vivem com a enfermidade no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, o número de portadores do mal de Parkinson pode dobrar até 2040. A doença, que é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente no mundo, está atrás apenas do mal de Alzheimer. E uma das alternativas é auxiliar o paciente a manter sua autonomia o máximo possível, por meio da Terapia Ocupacional (TO).
“A TO auxilia a preservar a independência do paciente”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência no tratamento e reabilitação de pacientes.
Como preservar a autonomia do paciente com Parkinson
A principal causa da doença de Parkinson é a morte das células do cérebro, em especial da área responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos. Os principais sintomas são motores, como lentidão, tremor, rigidez muscular e desequilíbrio. Ou seja, a doença afeta a autonomia dos movimentos e, consequentemente, as atividades diárias do paciente, como se vestir, se alimentar e cuidar da própria higiene.
“São pacientes que viveram a sua vida motora normal e, ao longo da doença, vão perdendo essa independência. O que fazemos é preservar a autonomia não só nas atividades propostas dentro do consultório, mas também na rotina da casa”, diz Syomara. Segundo a terapeuta, muitas vezes é necessário um trabalho conjunto com os familiares e cuidadores para melhorar as condições do local onde o paciente mora e evitar riscos. “Modificações como antiderrapante nos pratos e alterações no mobiliário fazem diferença”, exemplifica.
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Assim como nas demais doenças degenerativas, é preciso ter paciência, e a terapia, muitas vezes, deve se estender a quem acompanha o paciente diariamente. “É um paciente que requer muita calma. Os familiares precisam entender que ele não cai porque quer, ele não é lento porque quer. Tudo isso é em decorrência da doença”, destaca.
A primeira abordagem da Terapia Ocupacional é saber o que mais incomoda o paciente no processo de enfrentamento da enfermidade e, a partir disso, propor melhorias. “Quanto mais autonomia esse paciente tiver, menos ele vai apresentar demência e depressão”, finaliza.