O emagrecimento é envolto em mitos e verdades que podem chegar de maneira confusa ao paciente. Essas informações cruzadas acabam criando dietas nada eficientes e, algumas vezes, prejudiciais ao corpo da pessoa que realiza o procedimento. Para ajudar a esclarecer alguns tópicos, o endocrinologista e metabologista Igor Barcelos, especializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica a diferença entre jejum e alimentação de três em três horas, pontuando o que realmente se deve levar em conta em ambos os casos.
“Esse é um tema muito controverso e muita gente fica confusa em relação à frequência alimentar. Afinal, o que é fantasia e o que é realidade? Várias pessoas, incluindo profissionais de saúde, irão aconselhar que comer de 3 em 3 horas é mais saudável, enquanto outros irão pregar que passar longas horas em jejum é melhor. Seja qual for o caso, o mais importante é entender que, para emagrecer, é necessário um déficit calórico, sem importar exatamente a ferramenta usada”, comenta o médico.
Em resumo, só se perde as calorias que são gastas. Essa perda não depende apenas de um aspecto, segundo pontua o especialista. Considerando esse cenário, a ideia de que comer várias vezes ao dia pode reduzir a fome para a próxima refeição não tem respaldo em estudos. Ao contrário, cada refeição extra que se realiza chega a somar uma quantidade a mais de 150 kcal. “Ou seja, fazer lanchinhos intermediários pode levar ao consumo extra de calorias e consequente ganho de peso”, explica.
Emagrecendo com conhecimento e responsabilidade
Ao mesmo tempo, ficar muitas horas em jejum não vai levar ao emagrecimento por si só. A perda de peso vem se, ao comer menos vezes, reduzir a quantidade de calorias. O que acontece é que muitas pessoas não conseguem se adaptar a realizar refeições regradas mais saudáveis por questões culturais e de rotina, como dificuldade em sentar à mesa para comer junto com a família.
Igor ainda ressalta que, ao passar mais de 16 horas em jejum, são ativadas vias anti-inflamatórias em ratos, mas que não há estudos conclusivos em seres humanos. “O mais importante é individualizar. Não faz sentido pedir para alguém que gosta de sentar à mesa e comer fazer vários lanches ao acaso. Ou então obrigar uma pessoa cujo jantar é uma refeição importante, pois está com a família, a pular esse convívio para fazer um jejum prolongado”, diz.
Para ele, o mais importante é entender que, no fim das contas, é a perda de calorias que leva ao emagrecimento, mas que é necessário associar essa perda com uma boa saúde e com os costumes individuais. Por isso, consultar um profissional para saber o método que se encaixa ao perfil do paciente é essencial, sabendo que cada pessoa se adapta melhor a uma estratégia que outra. Entender aquela que funciona em casos específicos é fundamental ao emagrecimento e à manutenção de um peso e um estilo de vida saudáveis.
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